Ele não tinha nome, mas ninguém tinha. Ninguém
mais sabia de nada. O conhecimento humano já não era mais nada além de uma
sombra. O menino não tinha idade. Não sabia os números. Sentava sozinho e era
como ficava o dia todo, todos os dias.
Dormia de olhos abertos. Acordava sem perceber
que havia dormido. E, nas olheiras, denunciava um sono muito maior do que o que
sentia. Dentro de si, carregava mais lembranças do que gostaria de dizer. Mas
não dizia nada. Tinha medo de fechar os olhos, de falar, do que poderia
escapar.
Era levado, cada vez mais, ao Distante. Um
mundo sem cor, transparente, bioluminescente. Lá, era assombrado por todo tipo
de monstros. Em noites normais, ele podia se esconder nos livros, mas
frequentemente ele era perseguido.