domingo, 30 de dezembro de 2012

Estamentos, três

A nobreza faz a gentileza
De ser chique e ser a beleza
O clero faz parte
E se contenta tanto que reparte
Todo o lucro obtido
Sem se declarar o bandido
Mas, o proletariado vive
Dependendo do mestre, nem sobrevive
Passa a existência a ressoar
As reclamações, sem mudar
E a revolução, que é boa
Fica apenas nos sonhos, à toa

Latrocínio à meia-noite

Eu andava sozinho
Sob as luzes da noite
E me sentia tranquilo
Rapidamente, um tremor
As nuvens ressoavam
Meu medo crescia
Meu coração acelerava
Um toque e eu caía
Enquanto a vida passava
Toda de repente pelos olhos
Não sabia o que acontecia
Ninguém mais via
Éramos dois, eu e ele
Um homem alto e forte
Eu via estrelas fortes
Os postes eram imponentes
Nenhum carro passava
Àquela hora, impossível
Um estouro forte ressoou
Minha morte chegou
E meu dinheiro, jóias e tudo mais
Num piscar de olhos, se foi
E ninguém mais viu
E de lá fui jogado
Uma ponte alta, distante
Onde ninguém me acharia
Jamais...

sábado, 29 de dezembro de 2012

Rebelião (Ato II)

O segredo é terrível
Ninguém pode saber
Você é muito criança
Não deve saber
Há mais na terra do que você sabe
Eu compreendo, sim,
Mas você ainda é criança

Rebelião (Ato I)

Eu tive um sonho
Esse sonho partiu do inconsciente
Eu não me lembro desse sonho
Escondi esse sonho
Ninguém pode vê-lo
É um sonho sagrado
Não quero que ninguém saiba
Vou por uma proteção
Para que ninguém veja
Tenho vergonha desse sonho
Por que tive esse sonho?
Não quero que ninguém veja, repito
Atentamente espreito
Porque não quero que saibam da localização
Algumas coisas não devem

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Ponto de vista

Eu achava que sabia tudo. As idas e vindas do amor, das estações e da minha própria agenda. Eu não sabia que tudo era questão de perspectiva. Como uma criança, minha curiosidade me levou a perceber outras coisas. As pessoas são divididas em dois tipos: as otimistas e as pessimistas. Um lado é, frequentemente, chamado de lado sonhador. O outro, porém, é chamado de lado realista. As pessoas simplesmente não entendem a diferença básica entre esses quatro tipos de pessoas.

O otimista se difere do sonhador em questão de extremismo. Não há nada de errado em querer que as coisas deem certo, desde que seja posto em mesa querer apenas aquilo que é possível. O impossível se faz passar por sonho, algo tão surrealista, que enoja os pessimistas e realistas. Ninguém realmente gosta dos sonhadores. Os céticos os evitam, a fim de não concretizar brigas intelectuais, em nome de suas próprias convicções.

O pessimista, assim como o otimista e o sonhador, se difere do realista em questão de extremismo. O pessimista apenas vê o lado ruim. Tudo vai dar errado, invariavelmente; segundo sua própria concepção. Mas, o realista vê além disso. Ele vê a possibilidade real das coisas acontecerem, ou não. São frequentemente céticos com relação a tudo, raramente demonstrando positividade. O pessimismo pode ser descrito na lei de Murphy. Tudo não só pode, como vai dar errado, invariavelmente, e da pior forma possível.

A percepção pode ser metaforizada no copo. Existem dois jeitos de olhar um copo não totalmente preenchido. O realista, invariavelmente, vai olhar e dizer que o copo está meio vazio; enquanto que o otimista dirá que o copo está meio cheio. Isso quer dizer que o realista sempre vê as coisas como elas são, mas se esquece de relevar o que pode vir a ser; opondo-se a isto, temos o otimista, que acredita piamente que ainda há tanto a ser feito, que o fim não pode estar tão próximo. Assim, quer garantir de fazer tudo antes do fim.

domingo, 23 de dezembro de 2012

Ultimamente...

Tenho andado
Tenho vivido
Tenho estado
Distraído
Interrompido
Perdido

Viagens desesperadoras

As asas da alma
Me enegrecem a calma
Turnos perfeitos
Corações desfeitos
Danças contínuas
Frívolas criancinhas

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Idas e vindas do amor

Antes de você, eu vivia
Durante você, eu sorria
E depois de você, eu não sabia
Porque por onde você ia
Eu, simplesmente, não ia
Porque sem você, eu não existia

domingo, 9 de dezembro de 2012

Quem é rouco, certamente tem um pouco de louco

Só os loucos sabem
Que amar é precioso
Só os loucos sabem
Que amar é raro
Só os roucos sabem
Dos prazeres da carne
Só os roucos sabem
Que eles podem ser maiores que quaisquer outros
Só os loucos sabem
Que a vida é curta
Só os roucos sabem
Que os prazeres são mais curtos ainda
Só os loucos sabem
Que quem ama, vive
Só os roucos sabem
Que quem ama, defende

Vida

Liberte-se, sim?
Viva logo, rápido
Seja feliz, já!

Protesto

Todos os dias
Se eu acordo, louco
Vivo, sim, rouco

sábado, 8 de dezembro de 2012

Cecília Meireles

Sinto que sou seu filho
Não responda nada, por favor
Sinto sua mão gelada, aqui
Me afaga, como um anjo
Musa divina, de inspiração sublime
Sinto sua mão alisar
Meus cabelos revoltos pelo vento
Sinto seu carinho... tão bom...
Sinto seu amor, intrínseco
Às letras, que com tanto amor, escrevo
Sou seu filho, em sentimento
Sinto sua aura, me tanger e me receber
Nosso amor jamais irá morrer
Vou pedir, aos céus e aos infernos
Círculos desoladores e desconhecidos;
Você aqui, comigo ou sem migo
Pois a humanidade te merece
E eu, mais que todos, te amo
Pois, além de seu filho, sou protegido
Da sua aura, personalidade
E, mais importante, suas letras...

Amor recíproco às letras

Eu descobri que a vida não existe
Prove que sim, e lhe dou um prêmio
Uma felicidade eterna, duradoura, é melhor
As palavras são minhas amigas
Eu as amo e elas me são recíprocas
Não entendo nossa relação de amizade
O amor é grande e o carinho, também
Sou um dos poucos assim, eu sei
Você, que está lendo isso, não sabe
Saberá agora, que tudo que mais quero
É ser livre, como um pássaro, e escrever
Como aqueles que sou fã
E meus ídolos, que tão negros são, me cabem no coração
Pois ele é pequeno e seus nomes também são

como amar... eu não sei...

Você sabe como é amar?
E como é amar?
Me explica que to cansado de me enganar
Me explica que to cansado de brincar
Você sabe como é amar?
Você entende, perfeitamente, como amar?
Eu não entendo mais nada
Eu, simplesmente, não sei de nada
E você, que tanto diz isso, chora
Por não sentir nada além de dor
Porque, pela tristeza, vejo apenas a cor
Daquilo que eu pensava ser sério
Mas, era apenas meu cérebro
Ansioso por um lindo mistério
Coração ainda batendo sem ser etéreo

Flores e moças

Estação das artes
É a primavera, tão bela
Estação das flores
Da corte, rainhas
Do tempo, belezinhas
Do chão, franzinas
Fazem inveja à tantas moças
Que não entendem
O poder de ser natural
Sem maquiagem virtual
Como filtros de câmera
Que tapam a Criação
Design inteligente
Evolução ardente!

Juntos

The conexion was true
But, now, we end the truce
Former lovers together again
Not one to change my mind
I don't really care on what you do
But, I've fallen for you
Not like any other lover
Something more real and everlasting
That will break me, unless you finish
Everything with me

Limites caem, no prazer

O gozo mais sensível
É aquele mais gostoso
Aquele que diferencia
O prazer simples
Do orgasmo absoluto
Um choro tão feliz
De um amor tão grande
Que compartilhar se deve
Duas almas se conectando
E perdendo os limites
Da personalidade única
Individual e impessoal
Tudo em prol da união
Que faz força frente a massa
De "entendidos" da vida
Que desconhecem, sim,
O sentido real do amor
Buscando apenas o prazer
Que, infelizmente, se descobre
Ser, apenas, momentâneo...

A minha tribo nem sou eu, nem você


Eu sou cristão, eu sou ateu
Eu sou maluco, eu sou filisteu
Gosto do conhecimento, amo esquecimento
Eu amo ouvir rock, sambar e bailar
Minha tribo nem sou eu, nem você
Somos nós, filhos do tempo
Que avança, sem gosto pela vida
Mas, entende o significado dela mesma
Somos nós, humanidade, que sabemos
O segredo da felicidade e além
O infinito de um alguém... Quem?
A nossa felicidade é bonita, saiba logo
Decida ter de uma vez por todas, ok?
As tribos são universais... não sou eu, juro!
Nem você também é, te prometo logo!
A humanidade é um conjunto, participe!
Eu gostava dela, até entendê-la e querer mudar
Não entendo mais nada, na verdade
Menti, ok? Sou apenas humano
Por favor, não me odeie... É minha natureza!
Ser assim e reclamar daquilo... Hipocrisia!
A minha tribo, na verdade, sou eu
Mas sabendo, assim, que você sou eu
E eu sou, indubitavelmente, você
Minha tribo sou eu e, também, você

Epigrama da massificação

Psicolouco, penso em ti
Dança ferina, sorrio pra ti
Jeito de gente, crio em ti
Seres humanos, ardentes
É crime de quem mente
Dizer que sabe sentir
Porque a realidade servil
Me fez necessário sacrifício
De um cachorro melhor amigo
De um humano, seu filho

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Noiva em fuga

Enquanto eu fujo
Vejo você da sacada
Corro sem olhar pra trás
Mas, olho todos a minha volta
E lá está você
Correndo na direção oposta
Fugindo também, será?
Não entendo, sinceramente
Será que não fomos feitos um pro outro?
Será que fomos feitos para outros?
Desisti, e você também
Mas, não entendo seu porquê
Eu sei que tenho medo
Do presente, do futuro e de você
Entenda meu ponto de vista, por favor
Nosso presente anda tão bom
Porque estragar isso
Com o que os outros querem?
É só um pedaço de papel
Não precisamos usá-lo, não é?
Por favor, se for fugir
Se, realmente, quiser fugir
Peço-te que o faça comigo
Pois eu a amo, apaixonadamente
E sei que me ama, também
Pois nós nos dissemos isso, semana passada
Mas, tudo mudou, desde então
As expectativas aumentaram
Sinto que podemos ser tanto mais
Se apenas desejarmos viver
Juntos para sempre
Sem nos importarmos com os outros
O que eles pensam, não é nada demais
O futuro pertence a nós
E eles que apodreçam pensando nisso
Porque minhas escolhas, eu controlo
E quero que você tenha influencia sobre elas
Pois, como eu já disse antes, eu te amo
E quero viver para sempre com você
E, então, o que acha disso?

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Pesadelo real

Preciso de acordar
Desse sonho sem lembrança
Dessa vida sem temperança
Eu preciso dormir logo
Dessa vida sem espaço
Nesse sonho sem compasso
Pois a vida me surpreende
Com sua capacidade inerente
De ser ridícula demais
Machucando bem atrás
Como um punhal de ouro puro
Numa alma de couro sujo
Carcaça acabada e morta
Das lembranças do mundo afora

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Zona da Queda

Se acordo todos os dias
Já me é suficiente.
Não te entendo, princesa
Me ajude a te ajudar
Sua vida me é tão linda
E a minha está se esvaindo
Não morrerei, temo eu
Mas, imagine que sonho contigo
Todas as horas do meu dia
E sonho com tudo que te cerca
Imagine cheiros seus
Com sua voz ecoando
Uma caverna tão doce e iluminada
Imagine nós dois ali
Eu não entendo nosso futuro
Só sonho com ele
E acho que você também deveria
Por que não me dá uma chance?
Posso te provar um amor maior
Desse mundo todo, e do outro; quem sabe?
O outro mundo é cheio de arrependimentos
E não estar contigo será o maior deles
Porque eu te amo
A minha existência se parte em duas, assim
Dias a fio, chorando por não tê-la
E dias sorrindo, por ser seu amigo
Mas, ainda me pergunto se é suficiente...
E você, o que acha?

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Epigrama do traficante mal-amado

Parece cocaína
Mas, é só tristeza
Talvez meu coração
Não bata mais direito
Por sua razão,
Tempestade e tormenta,
Infelicidade no peito

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

P.U.T.A. (Pagamento Unidirecional Transferido Aleatoriamente)

Meu amor
Seja feliz
Com teu namorado
Ele te ama
E ele te engana

Meu amor
Seja camarada
Com teu namorado
Me larga na cama
Chorando sem grana

Meu amor
Me diz o teu preço
Eu quero pagar
Eu quero te libertar
Eu quero te amar

Meu amor
Me diz o porquê
Ele te engana
Não é bom na cama
Só tem boa grana

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Ataque do coração indeterminado


Eu tomei uma taça
Do vinho do demônio
Nunca achei que fosse
Tão bom assim
Com gostinho especial
Um quero-mais a cada gole
Um doce aroma
Que inebria todos os sentidos
A locomoção atrasa
O cérebro desacelera
E o coração para
Nada mais adianta
A morte é iminente
Um gostinho de pecado
A luxúria, antes inerte, cresce
E a morte, iminente, aparece

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Um grito

O vazio existencial é essencial para um bom desenvolvimento cognitivo perante a vida, como um todo.
Um rato passa correndo, enquanto olho para um artista. O momento é rápido e não entendo muito bem o que está acontecendo. Tenho medo de ratos, sinto importante ressaltar. Animais, em geral, me assustam. Gatos, principalmente, pois suas garras afiadas podem transmitir doenças demais. Cachorros latem e intimidam, sabia? Eu tenho muito medo, assim como vocês também deveriam ter. Estou em uma ponte, num dia quente, ensolarado. O artista olha a tudo e todos, com sua visão especial. Eu não sei bem de onde ele é, não me parece estranho. Sinto que tudo ganha vida em sua mão. Ele parece talentoso, pelo modo como fala. Meu medo desaparece, após um grito. O grito. O maior que já dei. Todas as pessoas pararam para me encarar. Eu não entendo bem o porquê. Sempre pareci são, nos meus dias de juventude. Me sinto velho, por ter medos tão incomuns e tão ridículos. A água abaixo de mim é mais assustadora que os animais, porém, medos irracionais são inexplicáveis. Talvez eu tenha tido trauma, na infância, mas, nunca saberei. Eu sinto dizer que o rato era grande e marrom. Ouvi dizer que são os menos perigosos. Tem menos pulgas, dizem os rumores. Ainda bem , então. Eu não sei como viveria com pulgas. Se bem que meu cabelo há tanto já se foi, que o couro está começando a esquentar. A loucura tange o possível, de modo criativo. As cores se distorcem e meu futuro parece incerto. Cada criatura parece um monstro, com várias patas, chifres e garras. Tenho muito medo do que possa acontecer mas, nada digo, pois se o fizer, tachado de louco irei ser. O artista vê meu grito e sorri. Não o entendo, parece algum tipo de maluco. Eu acho que ele está com alguma epifania. Entenda, caro leitor, que a vida parece mágica aos olhos de todo bom artista. Eu não entendo bem como isso acontece mas, sei que é possível. Transformação de algo grotesco em arte, é uma tarefa primordial. Meu grito pareceu estranho à multidão. O artista amou. Eu não sei como ele fez isso mas, ganhou meu respeito. Transformação improvável de expressão em expressão. Ele fez o que viu, aos próprios olhos.

Além!


Eu quero fugir
Largar dessa vida
Sair logo daqui
Viver como um cigano
Lembrando-me de histórias
Onde durmo pelas estrelas
Vendo o sol nascer, belo
Sem pensar no trabalho maçante
Que vem todo dia, para todos
Só quero viver um dia de cada vez
Sem planejar tudo direto
Só quero me esquecer do futuro
Viver o momento precioso
Com aqueles que eu gosto
Nos lugares que eu gosto
Abandonar essa vida tão triste
E tão melancólica, também
Abandonar meu povo
Ir ao infinito e além...

Epigrama da insônia

Volto ao jardim
Vejo flores se abrindo
É o poder da natureza

Vida se expandindo
Animais dançam
Uma balada doce
Cintilantes fadas
Voam por todos os lados
Mosquitos ou vagalumes?
Eu não sei, na verdade
Não durmo há alguns dias
Mas, nada justifica a magia
Que vejo tão reluzente neste dia...

A flor


Não sei porque
E você?
Só não sei
Deixa pra lá
Conhecimento é poder
Mas, ninguém sabe
O porquê
Da flor nascer
No mais duro asfalto
No mais tórrido sol
No dia mais seco
De toda a estação
Você não sabe?
Tem certeza?
Acho que a natureza deu um jeito
De fazer crescer
Quem merece viver
Pra espalhar beleza
E espalhar sutileza
Num mundo de incerteza
Onde nada é tão belo
E nada é tão lindo
Quanto uma vida
Tão pacífica
Tão formosa
Tão única
Tão... improvável

A distância que não percorri

Sou sentimental e nem me importo
Sou às escuras, longe de todos
Sou ser humano e, sim, me importo
Sou às escuras, com quem gosto
Não sei o que falar, nem o que pensar
O brilho das estrelas é grande
Formosura da natureza é existir e encantar
Não entendo bem o que quis dizer aqui
Mas, você me entendeu tão bem que completou
As minhas frases mentalmente, com um sopro
Da vida cotidiana que passamos juntos
Com uma distância impossível
Que me faz chorar até gritar, no silêncio
Onde nada vejo, nada ouço, nada digo
Pois não quero que você saiba
Que me machuca saber que você existe
E não poder te ver todo dia, nem te cheirar
Saber que você existe, longe,
E perceber que a distância só aumenta
Num muro criado, por vontade própria,
Para me dizer, apenas, que sou eu o amor
Não reciprocado, que você não tem...

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Sequência desestruturadora


Arte é criada
A partir de arte
Não tem base lógica
Nem sentimental
Vem da expressão
Dos fatos tangentes
Por meio de palavras
Ou ações bem feitas
De um ou mais amigos
Deuses ou humanos
Que não tem precedente
Nesta realidade única
Que de boca em boca
Vem desestruturando
O senso de existência
Por música falada alto
Ou cantada baixo
Pra ninguém ouvir
E continuarmos as vidas
Tranquilamente mal
Porque somos nós
Os herdeiros do Divino
E sem perceber muito
Dominamos o mundo
Além do que devíamos
Dominando a Vida
Estragando-a como um todo
E sentindo felicidade
Pois a destruição alegra
E a Ordem entedia profundamente
Ninguém se importa
E isso nos torna irmãos
Pois mentimos descaradamente
E não nos importamos
Com as consequências reais
Que escrevemos e citamos
E não sentimos nada além
Pois a humanidade é uma mentira
E o que robotizamos é a natureza
Real, imaginária, sentida...

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Ouro, couro, tesouro e alma


Não compreendo bem o que há de errado com você
Sinto meus colares pesarem em você
Sinto meus adornos não fazerem efeito com você
Minhas penas, de ouro, de nada me servem
Minhas roupas, que tanto visto, não entendo
Pra quê servem, se você somente as ignora?
Minhas marcas me definem e você não liga
Sou material e você sensível, o bastante para ser errada
Não entendo bem o que há de errado com você
Mas, aceito, de um jeito ou de outro, que sou mais
Do que você jamais entenderá e menos do que quero
Pois sinto um vazio, sombrio, no meu coro
Que preencho com o que vejo, pois não tenho alma
Decidi vendê-la para impressionar os que são como eu
Matéria pura e puta que, além de ser ouro, vira couro
E dos tolos vira, não somente, puro tesouro

domingo, 11 de novembro de 2012

Carta sem nome


Ah, nesse caso, prefiro não ir além
Nem prefiro gostar
Nem prefiro amar
Prefiro, somente, abandonar
Um amor de criança
Invisível e sensível
Que mexe com a cabeça
E os órgãos acompanham
E nada mais parece dar certo
E tudo mais parece cair
As colisões são mais frequentes
Uma reação eu procuro
Mas, nada mais parece acontecer
A inércia dos sentimentos é grande
Assim como seu tamanho monstruoso
E tudo mais me machuca
Até a comida que faço
Não quero mais viver, eu sinto
Sem você, não quero mais nada
Só quero abandonar a viagem
Mas, o destino me soa tão bom
E me faz tão bem sonhar
Com nossa união desastrosa
Ou apenas amizade elevada
Que me faz querer almejar
...
Não há nada que possamos fazer
É involuntário, o sentimento
Não percebe?
Você não sente?
Não quer sentir?
Vai me abandonar?
Vou, somente, me machucar
Mais do que o costume
E de um jeito tão triste
Que eu prefiro, por aqui, relatar
Sem jamais perceber o futuro
Que nem eu ou você queremos
Na verdade, temos medo de voltar
Ao que éramos antes
Pois nossa estagnação é boa
Em cima do muro, para sempre
Suas experiências não foram as melhores
Isso eu sei, relaxe, boneca
Mas, você tem que perceber
Que, por tudo que é mais sagrado,
O sentimento me é inerente
Comecei com ele e você não
Nada podemos fazer senão ir além
Entenda que é a única saída, por favor
Me ajude a te persuadir
E nada mais nos será misterioso
Pois até mesmo nossa amizade será melhor
Tudo precisa crescer e evoluir
Por que não nós?

Epigrama da besteira

Estou estourado
Como pipoca queimada
Fruto do sol amarelo

Que na terra que vivo é vizinho
E exausto me encontro na cama
Indesejado e não-querido
Vou ao lixo, amanhã
Sem saber, ao certo, o destino
De tudo que joguei fora
Sem falar no que amei nesta vida sem lógica

sábado, 10 de novembro de 2012

Conversa sem propósito lógico

A vida, simples, não existe
Prove que não!
Não preciso provar nada
Precisa, sim, na verdade!
Eu só sinto, no meu âmago
Mas, quem você acha que é?
Sou quem quero ser, e você?
Sou uma vida em jogo, não?
Claro que não, pois não existimos!
Por que queres insistir nisso?
Porque se eu existir me machuco
Com o que, exatamente?
Com a suspeita de que não há nada
Nada... com relação a que?
Com relação aos motivos da vida
E precisa até disso?
Claro... tudo que se faz tem motivo
Menos viver, não?
Sei lá... não existo...

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Cecília

Uma princesa da família
Não ligava pra nada nem ninguém
Seu espírito vagava, inerte
Sua presença congelava, deprimente 
Nada no mundo podia encontrá-la 
Sequestro ninguém nem suspeitou 
Uma fuga atrás da outra, comum 
Ordinária por demais, até 
No seu quarto de vestir, nada se encontrava 
No seu quarto de dormir, nada de valor se via 
Ela pegou tudo, precisava vender 
Precisava fugir dali, pro outro mundo 
Outro plano eterno, que poderia abrigá-la, feliz 
Todos nós desejamos mas, só ela consegue 
Uma cheiradinha e ela chega lá 
Não precisa de muito, mas, cada vez mais 
Ela não sente mais nada 
Os membros estão dormentes e inertes 
A respiração torna-se sombria e devagar 
Os olhos piscam cada vez menos 
Nada mais se mexe 
E murmúrios cada vez mais baixos
Pontos escuros ali aparecem, e nada mais se vê
Anjos, delicados e fiéis, descem escadas enormes
Vieram buscar a princesinha 
Ela se levanta, vestida de linho e seda 
Vê seu corpo no chão, deitado, 
Em espasmos cada vez mais lentos
Sorri, dá as mãos aos anjos e sobe as escadas
Olhando sempre para baixo, para um beco, sujo e fétido 
E um corpo que a nada mais responde 
A princesinha partiu, e nada no mundo terreno deixou...

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Dardo


Atiro-me ao vento
Sem destino nem objetivo
Por brincadeira e desocupação
Atiro-me à esperança
Com tudo que há de errado no mundo
Não espero poder fazer algo
Mas espero poder ajudar
A mudar o mundo com você
Atiro-me ao que vale a pena
De ser mudado e ser aprendido
Não me importa se a vida é doida
O que importa é que não há nada de bom, ainda
Atiro-me à possibilidade de criar
Um mundo novo e admirável
Onde eu faço minhas escolhas
E decido que todos também o devem
Pois a democracia é plena
E cada um sabe o que é melhor
Atiro-me ao vento
Que, sem destino, me leva longe
Para perto da justiça
Pois a sorte é minha amiga
E ela me ajudará a contornar a injustiça
Contanto que eu colabore
Com força de vontade suficiente
Para ir e levar quem mais quiser
Para um mundo bom, novo e melhor
Um mundo, onde nada é ruim
E nada, jamais, existirá...

luz

Não sei mais o que fazer
Seus sorrisos me seduzem
As fotos me atraem
As imagens me congelam
Eu copio tudo um pouco
E o espírito transcrevo
Sinto dentro de mim, fervoroso
Sua qualidade-mãe que alimenta
À tudo no coração e na mente
Qualidades-mil, mestres na bondade
Que esqueço de ter, mais do que gostaria
Uma virtude terrena, fácil de ganhar
Que eu não sei se conseguiria
Mas, acontece, todo dia, de hoje em diante...

Depois das 23h

Espíritos alados

Com garras de gelo
Almas sinceras
Máscaras mentirosas
Crianças fúteis
Adolescentes inúteis

Não entendo o que digo
Escrevo o que sinto
Sinto o que não vejo
E creio no que desejo
Que carrego intrínseco
À pele como couro
Dura sem sabor de ouro

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O despertar do Mal

   Era uma noite fria e desértica. Nada se movia. As cobras, no entanto, se alimentavam. As corujas cantavam uma melodia soturna e desoladora, onde todas as criaturas se abrigavam, à luz da lua, que a tudo recobria, como um manto sombrio. Uma cova era aberta e, ao contrário do que se supunha, em uma clareira, àquela hora da noite, era para um "corpo" retirar. O coveiro estava na meia-idade, com cabelos grisalhos, penteados para o lado e com um bigode a escovinha. Todo sujo, possuía óculos meia-lua, empoleirados em um nariz torto, quebrado há tantas luas que ele já nem se lembrava mais. Ele usava um terno escuro, mas, o paletó ele deixara fora da cova, para sujar menos, assim como a gravata. O que era surpreendente, era que o "corpo" não se encontrava em um caixão, como é comum. Se encontrava enrolado em um pano fino amarelado, com bordas douradas, e um monograma estampado em negro, com letras garrafais, e caligrafia impecável.

Uma festa


Todos os convidados chegaram, em seus carros, cada um mais lindo que o outro. Todos eram ricos, afinal. Todos possuíam motoristas particulares. Não me ocorreu de que eu, também, era rico; tanto é que a festa, em questão, se encontrava sediada em meu lar. Era uma festa que duraria diversos dias. Eu não sabia como mas, daria um jeito de entreter todos os convidados.
Na primeira noite, chamei uma cantora, simplesmente divina. Amélia era seu nome. Seus olhos possuíam cor-de-mel e, assim como eu percebia, era a mulher mais linda de toda a festa. Todos os convidados se hospedaram em minha casa, obviamente. Eu gostaria que se sentissem em casa, assim como os disse. A maioria era educada o suficiente para que nos déssemos muito bem. A não ser, é claro, alguns dos novos ricos que, como eu, ainda tinham muito a aprender, com relação a alta sociedade. Eu tinha acabado de enriquecer, em torno da indústria do meu pai que, felizmente (para alegria geral da nação), havia deslanchado.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Não se engane...


Deus se senta
Olha ao seu redor
Consegue ver o universo
Ele criou tudo
Ele é perfeito
Assim como toda a criação...

Seu trono é especial
Garante esse poder estranho
À todos que nele se sentam
Ele garante o poder de ver
Tudo que for querido
Dentro deste, ou outros, universos...

Qualidade herdada de Odin
Seu irmão e pai, por idade
Aquele em que se baseou
Para criar a figura mitológica
Em que existe, atualmente
Dentro de uma gama de mentes
Que querem se enganar
E nem percebem o que há...

A barba longa é marca registrada
De todos os patriarcas
Sejam eles deuses ou humanos
Prova viva são todos
Em imagens ou textos
Concepção de idade
E de responsabilidade...

Ninguém acha estranho
Nem acha necessário questionar
Nem mesmo pensa em fazê-lo
A imaginação rola solta
E a razão rola mouca
E a humanidade, que tanto critica
A quem quer liberdade
Morre só com a possibilidade de ser livre
Que é melhor do que ser feliz, será?

O que é realmente triste
Por incrível que pareça
É que ninguém voltou dos mortos
Pra dizer com quem a verdade está
E o porquê de estar...
Para apenas não mais enrolar
A vida e os dados que ela dá!

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Sem título comercial - coligado por FelipeMP

Vontades Alheias próprias
De uma matriz irmã
Atrai como imã
A pobre cidadã

Uma criança comendo a bosta
Do sistema federal
Se sente o maioral
Mas não sabe que a verdade
Não é real

O ideal é ideal situação

Um tormento comum e pessoal
Que não sabe nem quer
Julga sem aprender
Que a vida é "mais melhor"
Quando se ganha o que quer ter
A não sabe perder a razão
E nem sabe o conceito
Da alienação

Uma criança feliz
Cheia de brinquedos
Um homem infeliz
Cheio de empregos
Que o definem
Sem nem perceber
Que é um engano
E apenas mentem
Para ele não saber
As verdades aos montes
De homens-abutres
Políticos corruptos
Honestos ou desonestos
Unidos por um objetivo comum
Se ajudam com mentiras
Em prol de apenas um

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Acorda!

Doeu quando caí no chão
Pra vida que me era de direito
E percebi que não era, afinal
Um sonho tão surreal
E era a realidade, infelizmente, tão primal

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Interpretações de papéis

Tudo por um sonho,
De participar da realidade
Virtual, que escolhi
Para superar a atual
Que pouco me interessa
Escassa em dragões
Cheia de feiticeiros
Charlatões maiores
Especialistas no que fazem
Que superam cavaleiros
Homens nobres e honrados
Honrosos em suas palavras
Aventurosos em suas almas
Contrapostos às concubinas
Famosas em meu mundo
Por se venderem
Por necessidade à quem pode
Pagar por suas vidas
Escravas em tantos níveis
Mas, livres e formosas
Em tantos outros quanto possíveis
Tantas interpretações
Tantos papeis corruptíveis
Escolhas tão pessoais
Vidas RPGistas...

Minhas [des]ocupações mais valorosas...