domingo, 30 de dezembro de 2012

Estamentos, três

A nobreza faz a gentileza
De ser chique e ser a beleza
O clero faz parte
E se contenta tanto que reparte
Todo o lucro obtido
Sem se declarar o bandido
Mas, o proletariado vive
Dependendo do mestre, nem sobrevive
Passa a existência a ressoar
As reclamações, sem mudar
E a revolução, que é boa
Fica apenas nos sonhos, à toa

Latrocínio à meia-noite

Eu andava sozinho
Sob as luzes da noite
E me sentia tranquilo
Rapidamente, um tremor
As nuvens ressoavam
Meu medo crescia
Meu coração acelerava
Um toque e eu caía
Enquanto a vida passava
Toda de repente pelos olhos
Não sabia o que acontecia
Ninguém mais via
Éramos dois, eu e ele
Um homem alto e forte
Eu via estrelas fortes
Os postes eram imponentes
Nenhum carro passava
Àquela hora, impossível
Um estouro forte ressoou
Minha morte chegou
E meu dinheiro, jóias e tudo mais
Num piscar de olhos, se foi
E ninguém mais viu
E de lá fui jogado
Uma ponte alta, distante
Onde ninguém me acharia
Jamais...

sábado, 29 de dezembro de 2012

Rebelião (Ato II)

O segredo é terrível
Ninguém pode saber
Você é muito criança
Não deve saber
Há mais na terra do que você sabe
Eu compreendo, sim,
Mas você ainda é criança

Rebelião (Ato I)

Eu tive um sonho
Esse sonho partiu do inconsciente
Eu não me lembro desse sonho
Escondi esse sonho
Ninguém pode vê-lo
É um sonho sagrado
Não quero que ninguém saiba
Vou por uma proteção
Para que ninguém veja
Tenho vergonha desse sonho
Por que tive esse sonho?
Não quero que ninguém veja, repito
Atentamente espreito
Porque não quero que saibam da localização
Algumas coisas não devem

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Ponto de vista

Eu achava que sabia tudo. As idas e vindas do amor, das estações e da minha própria agenda. Eu não sabia que tudo era questão de perspectiva. Como uma criança, minha curiosidade me levou a perceber outras coisas. As pessoas são divididas em dois tipos: as otimistas e as pessimistas. Um lado é, frequentemente, chamado de lado sonhador. O outro, porém, é chamado de lado realista. As pessoas simplesmente não entendem a diferença básica entre esses quatro tipos de pessoas.

O otimista se difere do sonhador em questão de extremismo. Não há nada de errado em querer que as coisas deem certo, desde que seja posto em mesa querer apenas aquilo que é possível. O impossível se faz passar por sonho, algo tão surrealista, que enoja os pessimistas e realistas. Ninguém realmente gosta dos sonhadores. Os céticos os evitam, a fim de não concretizar brigas intelectuais, em nome de suas próprias convicções.

O pessimista, assim como o otimista e o sonhador, se difere do realista em questão de extremismo. O pessimista apenas vê o lado ruim. Tudo vai dar errado, invariavelmente; segundo sua própria concepção. Mas, o realista vê além disso. Ele vê a possibilidade real das coisas acontecerem, ou não. São frequentemente céticos com relação a tudo, raramente demonstrando positividade. O pessimismo pode ser descrito na lei de Murphy. Tudo não só pode, como vai dar errado, invariavelmente, e da pior forma possível.

A percepção pode ser metaforizada no copo. Existem dois jeitos de olhar um copo não totalmente preenchido. O realista, invariavelmente, vai olhar e dizer que o copo está meio vazio; enquanto que o otimista dirá que o copo está meio cheio. Isso quer dizer que o realista sempre vê as coisas como elas são, mas se esquece de relevar o que pode vir a ser; opondo-se a isto, temos o otimista, que acredita piamente que ainda há tanto a ser feito, que o fim não pode estar tão próximo. Assim, quer garantir de fazer tudo antes do fim.

domingo, 23 de dezembro de 2012

Ultimamente...

Tenho andado
Tenho vivido
Tenho estado
Distraído
Interrompido
Perdido

Viagens desesperadoras

As asas da alma
Me enegrecem a calma
Turnos perfeitos
Corações desfeitos
Danças contínuas
Frívolas criancinhas

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Idas e vindas do amor

Antes de você, eu vivia
Durante você, eu sorria
E depois de você, eu não sabia
Porque por onde você ia
Eu, simplesmente, não ia
Porque sem você, eu não existia

domingo, 9 de dezembro de 2012

Quem é rouco, certamente tem um pouco de louco

Só os loucos sabem
Que amar é precioso
Só os loucos sabem
Que amar é raro
Só os roucos sabem
Dos prazeres da carne
Só os roucos sabem
Que eles podem ser maiores que quaisquer outros
Só os loucos sabem
Que a vida é curta
Só os roucos sabem
Que os prazeres são mais curtos ainda
Só os loucos sabem
Que quem ama, vive
Só os roucos sabem
Que quem ama, defende

Vida

Liberte-se, sim?
Viva logo, rápido
Seja feliz, já!

Protesto

Todos os dias
Se eu acordo, louco
Vivo, sim, rouco

sábado, 8 de dezembro de 2012

Cecília Meireles

Sinto que sou seu filho
Não responda nada, por favor
Sinto sua mão gelada, aqui
Me afaga, como um anjo
Musa divina, de inspiração sublime
Sinto sua mão alisar
Meus cabelos revoltos pelo vento
Sinto seu carinho... tão bom...
Sinto seu amor, intrínseco
Às letras, que com tanto amor, escrevo
Sou seu filho, em sentimento
Sinto sua aura, me tanger e me receber
Nosso amor jamais irá morrer
Vou pedir, aos céus e aos infernos
Círculos desoladores e desconhecidos;
Você aqui, comigo ou sem migo
Pois a humanidade te merece
E eu, mais que todos, te amo
Pois, além de seu filho, sou protegido
Da sua aura, personalidade
E, mais importante, suas letras...

Amor recíproco às letras

Eu descobri que a vida não existe
Prove que sim, e lhe dou um prêmio
Uma felicidade eterna, duradoura, é melhor
As palavras são minhas amigas
Eu as amo e elas me são recíprocas
Não entendo nossa relação de amizade
O amor é grande e o carinho, também
Sou um dos poucos assim, eu sei
Você, que está lendo isso, não sabe
Saberá agora, que tudo que mais quero
É ser livre, como um pássaro, e escrever
Como aqueles que sou fã
E meus ídolos, que tão negros são, me cabem no coração
Pois ele é pequeno e seus nomes também são

como amar... eu não sei...

Você sabe como é amar?
E como é amar?
Me explica que to cansado de me enganar
Me explica que to cansado de brincar
Você sabe como é amar?
Você entende, perfeitamente, como amar?
Eu não entendo mais nada
Eu, simplesmente, não sei de nada
E você, que tanto diz isso, chora
Por não sentir nada além de dor
Porque, pela tristeza, vejo apenas a cor
Daquilo que eu pensava ser sério
Mas, era apenas meu cérebro
Ansioso por um lindo mistério
Coração ainda batendo sem ser etéreo

Flores e moças

Estação das artes
É a primavera, tão bela
Estação das flores
Da corte, rainhas
Do tempo, belezinhas
Do chão, franzinas
Fazem inveja à tantas moças
Que não entendem
O poder de ser natural
Sem maquiagem virtual
Como filtros de câmera
Que tapam a Criação
Design inteligente
Evolução ardente!

Juntos

The conexion was true
But, now, we end the truce
Former lovers together again
Not one to change my mind
I don't really care on what you do
But, I've fallen for you
Not like any other lover
Something more real and everlasting
That will break me, unless you finish
Everything with me

Limites caem, no prazer

O gozo mais sensível
É aquele mais gostoso
Aquele que diferencia
O prazer simples
Do orgasmo absoluto
Um choro tão feliz
De um amor tão grande
Que compartilhar se deve
Duas almas se conectando
E perdendo os limites
Da personalidade única
Individual e impessoal
Tudo em prol da união
Que faz força frente a massa
De "entendidos" da vida
Que desconhecem, sim,
O sentido real do amor
Buscando apenas o prazer
Que, infelizmente, se descobre
Ser, apenas, momentâneo...

A minha tribo nem sou eu, nem você


Eu sou cristão, eu sou ateu
Eu sou maluco, eu sou filisteu
Gosto do conhecimento, amo esquecimento
Eu amo ouvir rock, sambar e bailar
Minha tribo nem sou eu, nem você
Somos nós, filhos do tempo
Que avança, sem gosto pela vida
Mas, entende o significado dela mesma
Somos nós, humanidade, que sabemos
O segredo da felicidade e além
O infinito de um alguém... Quem?
A nossa felicidade é bonita, saiba logo
Decida ter de uma vez por todas, ok?
As tribos são universais... não sou eu, juro!
Nem você também é, te prometo logo!
A humanidade é um conjunto, participe!
Eu gostava dela, até entendê-la e querer mudar
Não entendo mais nada, na verdade
Menti, ok? Sou apenas humano
Por favor, não me odeie... É minha natureza!
Ser assim e reclamar daquilo... Hipocrisia!
A minha tribo, na verdade, sou eu
Mas sabendo, assim, que você sou eu
E eu sou, indubitavelmente, você
Minha tribo sou eu e, também, você

Epigrama da massificação

Psicolouco, penso em ti
Dança ferina, sorrio pra ti
Jeito de gente, crio em ti
Seres humanos, ardentes
É crime de quem mente
Dizer que sabe sentir
Porque a realidade servil
Me fez necessário sacrifício
De um cachorro melhor amigo
De um humano, seu filho

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Noiva em fuga

Enquanto eu fujo
Vejo você da sacada
Corro sem olhar pra trás
Mas, olho todos a minha volta
E lá está você
Correndo na direção oposta
Fugindo também, será?
Não entendo, sinceramente
Será que não fomos feitos um pro outro?
Será que fomos feitos para outros?
Desisti, e você também
Mas, não entendo seu porquê
Eu sei que tenho medo
Do presente, do futuro e de você
Entenda meu ponto de vista, por favor
Nosso presente anda tão bom
Porque estragar isso
Com o que os outros querem?
É só um pedaço de papel
Não precisamos usá-lo, não é?
Por favor, se for fugir
Se, realmente, quiser fugir
Peço-te que o faça comigo
Pois eu a amo, apaixonadamente
E sei que me ama, também
Pois nós nos dissemos isso, semana passada
Mas, tudo mudou, desde então
As expectativas aumentaram
Sinto que podemos ser tanto mais
Se apenas desejarmos viver
Juntos para sempre
Sem nos importarmos com os outros
O que eles pensam, não é nada demais
O futuro pertence a nós
E eles que apodreçam pensando nisso
Porque minhas escolhas, eu controlo
E quero que você tenha influencia sobre elas
Pois, como eu já disse antes, eu te amo
E quero viver para sempre com você
E, então, o que acha disso?

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Pesadelo real

Preciso de acordar
Desse sonho sem lembrança
Dessa vida sem temperança
Eu preciso dormir logo
Dessa vida sem espaço
Nesse sonho sem compasso
Pois a vida me surpreende
Com sua capacidade inerente
De ser ridícula demais
Machucando bem atrás
Como um punhal de ouro puro
Numa alma de couro sujo
Carcaça acabada e morta
Das lembranças do mundo afora

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Zona da Queda

Se acordo todos os dias
Já me é suficiente.
Não te entendo, princesa
Me ajude a te ajudar
Sua vida me é tão linda
E a minha está se esvaindo
Não morrerei, temo eu
Mas, imagine que sonho contigo
Todas as horas do meu dia
E sonho com tudo que te cerca
Imagine cheiros seus
Com sua voz ecoando
Uma caverna tão doce e iluminada
Imagine nós dois ali
Eu não entendo nosso futuro
Só sonho com ele
E acho que você também deveria
Por que não me dá uma chance?
Posso te provar um amor maior
Desse mundo todo, e do outro; quem sabe?
O outro mundo é cheio de arrependimentos
E não estar contigo será o maior deles
Porque eu te amo
A minha existência se parte em duas, assim
Dias a fio, chorando por não tê-la
E dias sorrindo, por ser seu amigo
Mas, ainda me pergunto se é suficiente...
E você, o que acha?

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Epigrama do traficante mal-amado

Parece cocaína
Mas, é só tristeza
Talvez meu coração
Não bata mais direito
Por sua razão,
Tempestade e tormenta,
Infelicidade no peito

Minhas [des]ocupações mais valorosas...