domingo, 30 de março de 2014

Evidências equivocadas

Melhor fechar os olhos
e não ouvir nada,
se esquecer do vento,
olhar dentro de si
e abandonar o credo.

Poesia sem título nº 14

Bravura indômita é
querer sem viver,
saber sem sentir,
ir sem ouvir,
voltar sem amar.

Vida

Palavras sinceras,
mentiras honestas,
suspiros funestos.

sábado, 29 de março de 2014

Ossos do ofício: novos projetos

Algumas coisas podem ficar sem ser ditas. infelizmente, sou eu aquele que deve dizê-las. as palavras são reflexo da condição humana. existem e resistem ao longo do tempo, sempre se reinventando. é tarefa do poeta cronista relatar uma com a outra. e, assim, seguir.
A vida começa com moléculas que dizem sim umas às outras. sempre um sim. isso é Clarice Lispector, não me encare mal. ela que o dizia. desde que o universo é universo, existe um sim. e se não existisse? bom, ela não estava lá para ver isso. nem eu. nem ninguém. anti-matéria, quem sabe?
Assunto controverso. ninguém sabe o que é. só os físicos. e ninguém sabe como usar. mas a pergunta mais importante é como fazer. é que se entrar em contato com matéria, explode. tipo fogo e combustível. entende? não? nem eu. muitos não entendem. a maioria, pra falar a verdade.

quinta-feira, 27 de março de 2014

Alívio ou dor?

Toda história, começa com seu próprio começa, seja um meio, seja um fim. essa, em particular, começa com a morte de um indivíduo. na jornada da vida, o fim foi o que ele menos esperava, embora fosse sua maior certeza.
O sangue em sua camisa secou rápido. hemofílico. o sangue não coagulou. assim, ele morreu de hemorragia. a faca ainda estava lá, em seu abdômen, como um símbolo. a morte vem para todos, mas chegou primeiro para ele.
O sorriso em seu rosto não denunciava os horrores que ele havia presenciado. mostrava apenas que seu último momento havia sido genuíno. provavelmente, nem sabia que a morte o atingira. os olhos fechados diziam isso.
Entre sussurros e sonhos cheios de alegria, ele se foi sem nem ao menos saber como eram os portões. chegou apressado. sem dizer olás ou distribuir simpatias. chegou logo ao seu destino. não quis saber de mais nada. nem precisava. seu paraíso o aguardava.
Na terra, porém, a trama se complicava. enquanto a morte do indivíduo, para ele, resultava na felicidade eterna, outros sofriam. seus pais, sua esposa, seus filhos, seus amigos. todos reagiam de uma forma diferente. cada uma possuía suas características especiais.

terça-feira, 25 de março de 2014

Um sonho de comunidade

Que todos os exércitos
venham em meu favor.
Pois sou o único e verdadeiro
líder das tropas ocidentais.
Venham me ajudar
a derrotar os tiranos
que aprisionam nossas mentes.
Provem do veneno e percebam
o mal que ele faz
apesar do gosto doce que traz.
Venham lutar contra o que é errado
em favor da justiça
do amor
e do perdão.
Coisas esquecidas pelo mundo,
pela vida
e pelos injustos
que tanto fizeram.
Venham hoje em busca do nosso nome:
LIBERDADE
e que não seja dito em vão
pois nós não somos quem você pensa.
Somos o povo, somos a riqueza,
somos a verdade.
E hoje nós declaramos guerra
contra tudo que não é nosso.
Todos os sentimentos ruins e egoístas
que surgem em desunião.
Venham em meu favor
e liderem comigo
a guerra do fim do que é meu
do que é seu.
Decretemos uma lei
do que é NOSSO.

quinta-feira, 13 de março de 2014

as cores da vida.

cinza. os prédios se erguem ao passo que o sol se move. um trajeto diário, pessoal e esclarecedor. dia após dia, semana após semana, mês após mês e ano após ano. é em nome do eterno que se dedica tal jornada. entre suspiros e sussurros, tanto fica no papel; as palavras somem em meio tantos sentimentos que se escondem atrás de cores e sonhos. os portais da imaginação discorrem entre mapas e teoremas da ideia humana.
você está no ponto A, segue como um, na linha do tempo, para o ponto B, mas quando chega ao ponto C, você já está transformado em outra faceta de si mesmo. ventos espiralados correm através das árvores e destroem cada membro da natureza composta, a vida que se ergue, a vida que continua, mas aquela que cai, todos os dias, ainda lembrança da jornada dedicada ao eterno.
o tempo vai, mas volta, tão logo os relógios percebem um erro, entre tantos pensamentos. o desejo age como motivador essencial da vida.
a linha da vida é como um agente para sequenciação do tempo. a literatura moderna o define assim, mais ou menos. não há muito a ser dito sobre o assunto. os teóricos apenas o imaginaram, mas as paredes das dimensões que nos esmagam no plano são finas como ar puro. a fumaça que enevoa nossos pensamentos é como um muro, grosso e impenetrável. assim, não podemos nos elevar e fugir.

terça-feira, 11 de março de 2014

Epigrama do que foi dito

Tudo o que foi dito,
perdido entre tantas coisas e tão pouco;
foi como um sussurro lançado ao vento
sem direção, sem destino, sem peso,
apenas um grito de socorro
dessa solidão que insiste em desolar.

Soneto da falta de compromisso

Embolado em sonhos infantis,
me vejo caminhar sobre nossa linha.
Nela, consigo ver todo nosso tempo.
E vejo que não tivemos tempo algum.
Fizemos tudo e não valeu de nada.
Nem pra mim, nem pra você.
Foi tudo muito surreal.
Fomos de oito a oitenta em segundos.
Mas, de repente, voltamos.
Então, abruptamente, paramos.
E não conseguimos continuar.
A pausa não foi uma escolha.
Foi, infelizmente, nossa única opção.
E não pudemos fazer nada sobre isso.

Minhas [des]ocupações mais valorosas...