segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Reconstruindo Cinderella, no mundo moderno, onde todos somos pobres, infelizmente...

Preto no branco, senti-me em um filme. Minha mente não soube interpretar isso como foi, então criou uma distração, para dar um toque de glamour. Com meus bigodes aparados e barba feita, vi a jovem senhora pela primeira vez no baile de máscaras. Senti-me atraído imediatamente. Fi-la vir até mim e dançarmos. O fizemos por toda a noite. Valsa, tango, foxtrot. E, no fim da noite, quando me cansei de ver apenas seus olhos e sentir seus doces lábios nos meus, lhe pedi que tirasse a máscara. E quando o fez, vi a mais bela mulher que já havia aparecido neste mundo. Sua pele era mais macia que pêssegos e seus olhos eram grandes, como duas lanternas; meus faróis de segurança. Apaixonei-me perdidamente, naquele momento. Não descobri seu nome, pois ela teve que sair. Correu tanto que perdeu sua bolsa. Eu não pensei duas vezes e a peguei, com o intuito de identificar a jovem moça. Para meu grande desprazer, não havia dados significativos dela. Apenas maquiagem. Comuns eram as moças que usavam maquiagem; difícil mesmo era encontrar uma que andasse "ao natural". Voltei para casa e não dormi, pensando na jovem donzela. No dia seguinte, cochilei por cinco minutos antes que minha mãe me acordasse e me mandasse tomar café e ir trabalhar. Era bom demais para ser verdade. Eu me deixei ficar acordado e não pensei no dia seguinte. Há certas consequências que não surgem quando se está apaixonado. Eu trabalho no salão em que houve a festa. Sou faxineiro lá. Sei que não é um trabalho glamouroso, mas paga suficientemente bem para sustentar minha mãe, meu padrasto e irmãs pequenas. O "infante" (meu padrasto inútil, que "tem alta posição, mas não serve pra muita coisa") não trabalha; sofre da coluna. Infelizmente, ele não pode trabalhar nem em escritórios, como secretário. Chegando lá, eu ia arrumar o salão com o resto da equipe a qual sou chefe. Vi a tal donzela, sentada na escada, desconsolada e sem maquiagem. Eu não acreditei quando a vi ali. Ela devia ser nova no trabalho. Fui até ela, com sua bolsa, e perguntei apenas: "senhora, é sua?" Ela assentiu com um sorriso, me abraçando e beijando. Realmente, foi uma noite memorável, então, para ambos de nós. Chamei-a para sair e ela aceitou. Levamos o namoro a outro nível quando, ontem, a pedi em casamento e ela aceitou. Seremos felizes, assim espero.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Minhas [des]ocupações mais valorosas...