quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Ouro, couro, tesouro e alma


Não compreendo bem o que há de errado com você
Sinto meus colares pesarem em você
Sinto meus adornos não fazerem efeito com você
Minhas penas, de ouro, de nada me servem
Minhas roupas, que tanto visto, não entendo
Pra quê servem, se você somente as ignora?
Minhas marcas me definem e você não liga
Sou material e você sensível, o bastante para ser errada
Não entendo bem o que há de errado com você
Mas, aceito, de um jeito ou de outro, que sou mais
Do que você jamais entenderá e menos do que quero
Pois sinto um vazio, sombrio, no meu coro
Que preencho com o que vejo, pois não tenho alma
Decidi vendê-la para impressionar os que são como eu
Matéria pura e puta que, além de ser ouro, vira couro
E dos tolos vira, não somente, puro tesouro

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