segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Um dos meus últimos poemas

Se eu me for hoje
Quero ir com uma música
Não qualquer uma
Ela tem que ser bonita
E tem que falar de mim
Pros outros saberem
Quem fui e porque fui

As palavras não podem ser doces
Têm que ser amargas
Têm que lembrar de mim
De toda a dor que eu senti
E de todo o mal que me causaram
Foi a vida que eu levei
O destino que escolhi

Ponho o violão no braço
Toco o que me lembro
Esqueço o que tenho
Vem a dor e passa a cor

Grito rouco e louco
Parte de dentro
Fulminante e agudo
Como todo o saber
Que percorre meu infinito ser
Os caminhos da existência
Os meandros da persistência

Vem o mundo transparente
Saudoso e violento
Aprisiona a mente
E transforma a gente
Levando-nos ao abatimento
A melodia fúnebre fatal
Uma tortura banal

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