Esse coração já não quer mais viver
A ruína desta muralha inteira
É meu destino derradeiro:
A vida fraudulenta, virulenta
É uma sombra violenta
Vomito minhas palavras
Com nojo de dizê-las
Verborrágico, encontro abrigo
Nas palavras, minhas amigas:
Doces mentiras
Como vermes que surgem
É a morte que me pune
Degradando-me a alma tingida
Azeda e amarga
Um sentimento satírico
Falsamente ungido
Imaginariamente mantido
Morrem as ânsias
Da libertação servil
Do corpo pueril
Pré-pubescente, uma flor
Segue, adolescente, a dor
Sem sentido, descontínua
Infernal: a gentileza descomunal
Criatura abissal, virginal
Horrenda e impura,
Que percorre o mundo
Gritando o meu tudo
Divulgando meu universo
Diferente do que faço
Sem quaisquer versos
Apaga-me da existência
Toma meu lugar
Sente-se em casa
E constrói seu lar
Um dos meus pesadelos
Um dos meus maiores erros
É a que idade me persegue
Os princípios que carregarei
O passado que não deixei
A vida que me carrega
A morte que se supera
A dor última de minhas quimeras
As Parcas segurando o "fio da vida" (o discorrer) |
Parece ter sido escrito por um Pedro do século dezoito... Muito lindo, sincero e seu.
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