Quem não sabe o que é por um "que" no meio da frase, sem necessidade (podendo fazer outra construção gramatical), não sabe o que é ser vida louca. Toda a nossa vida, somos ensinados a destruir e remontar. O que há de errado com uma simples partícula "que"? É feio dizer? É feio dizer em voz alta? É uma má construção?
Você pode achar que sou louco e tenho algum problema, mas esse sou eu. Meus problemas são meus, apenas. E quem é você para resolvê-los? Gramático? Pois sou linguista. A norma culta é divertida, mas tem seus momentos. E há, também, o momento da língua.
Ela é como um organismo vivo. Nasce de uma letra, que aceita casar-se com outra(s) letra(s) e forma um radical. Toma como acessórios os fixos (prefixos, infixos e sufixos), para mudar-se, de maneira geral. Assim como na vida. Comprar uma bolsa não te deixa mais feliz ou mais bonita. Mas, é exatamente isso, ela te deixa de outra forma, meio inexplicável, aparentemente mais atraente. O que é você, pra me dizer o que eu posso ou não fazer?
Torno necessário tomar mais um tempo pra dizer que eu escolho muito bem minhas palavras. E o "que", só me vem naturalmente. Vejo que na linguagem falada, não há problemas em por, em todo lugar, um simples "que". Todavia, a língua escrita possui diferenças absolutas no sentido que: você não pode se repetir. E por que não repetir?
"Eu te amo, mesmo que seja loucura. E o que eu quero dizer com isso?" A primeira frase podia ser reescrita. Mas, cadê a disposição? Além do mais, se o sentimento fica bem registrado, pra quê mudar?
É natural, vem de dentro, um fogo intenso, eterno sentimento, botar um "que", só é sinal de que sou brasileiro, converso e aprendo a língua, com um cheiro de veneno, me entorpecendo. E é assim que vou me esquecendo que a originalidade faz bem e nos torna únicos no mundo. Mas, será que vale tanta discussão acerca de um simples "que"?
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