quinta-feira, 2 de maio de 2013

Poesia sem título nº 4


Se meus olhos fossem mais
Que portas abertas
E não vislumbrassem a alma
Talvez eu os mostrasse
Olhasse pra cima, de cabeça erguida
Mas, eu não consigo e me sinto preso
Os animais fazem seus sons
E me evitam ao passar
Gatos miam, desesperados
E pássaros cantam, músicas aterradoras
E pulam em mim
Todos de uma vez só
Me machuca saber que nunca serei amado
Será que sou tão terrível?
Eles não sabem quem sou, mas sentem
O aroma é inebriante
"Mão com espelho refletor", M. C. Escher
E a morte me acompanha, de perto
Toco-lhe os dedos como uma amiga
Mas, não gosto da sua presença
Ela me quer ou algo do gênero?
Me abraça, repetidamente, o dia todo
Eu devia ser feliz, mas não consigo
Minha morte me acompanha sempre
E nunca vai ser surpresa
Me acalma, em diversos níveis
Mas, eu ainda quero viver
E quero fazê-lo pra sempre
Mas, eu continuo sendo a escória
Aquela que nem os animais aguentam...

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