segunda-feira, 28 de maio de 2012

Era uma vez...

O Pierrot, palhaço de circo, escolha improvável...
Pela lógica, nem candidato ele era ou podia ser...
Ele era simplesmente, um menino pronto!
Ele podia aprender tudo, com sua mente prodigiosa...
Mas, não, ele se apaixonou... Pela Colombina!
Ah, menina linda... Ela tinha olhos escuros
E como dizia Machado "de ressaca"... Era uma cigana!
Ele já não pensava direito, tampouco em esquerda...
Mas, sim, ele pensava... Nela, o dia todo, sua musa
E diva, que inspirava seus melhores trabalhos...

O Harlequim, heroi viril, escolha bastante óbvia...
Pela lógica, ele era o eleito, pelas moças e rapazes,
Fossem quem fossem... Ele era um homem!
Não o interessava saber dos assuntos da cabeça...
Ele só queria saber de si... Era um canalha!
Um bastardo pouco amado que decidiu tomar para si
A moça mais linda da vila, a Colombina!

Para quem não sabe, a Colombina era interesseira...
Ela amava a tudo e todos, contanto que lhe dessem
O que ela queria ou precisava, sendo que, isso às vezes,
Se confundia e ela escolhia demasiado errado...

A batalha nem longa foi, pois, os herois não se conheciam,
A Colombina tratou disso, fez com que eles não se encontrassem,
Jamais... Fez com que cada um se encontrasse com ela em dias
Específicos avisados com antecedência... Coisa que durou muito bem,
Até que, eles decidiram se ver mais vezes... Durante os encontros,
Colombina se dividia ainda mais entre as duas faces da moeda...

O Pierrot era um menino artístico, que produzia o que podia,
Para sua moça, que tão feliz ficava, com seus presentes
Do coração e da alma, que tanto custavam pra serem produzidos...

Ah, Harlequim, filho rico de uma dinastia poderosa!
Ele era extremamente fraco nos assuntos sensíveis...
Ele colocava suas necessidades acima das de qualquer...
Mas, seus presentes eram glamourosos e pendiam "status"!
A Colombina o amava do fundo do bolso falido de seu pai!

Ainda naquele tempo, o peso que o dinheiro tinha,
Era ainda maior que qualquer conhecimento,
Que qualquer um detinha ou supunha deter, em seu interior!
A Colombina pesou suas "necessidades"... Viu o que lhe agradava...
Ela viu os anéis que eles haviam lhe dado, logo no princípio...
Ela estava feliz com este arranjo... Ouro de um lado e felicidade do outro...

Ela não podia, porém, continuar enganando-os... Decidiu-se, então...
Procurou o Harlequim, heroi másculo e desejo de todas,
Para dizer-lhe que "não"!... Ela já não podia ficar com aquele
Homem vil, dia após dia, que lhe desrespeitava tanto...
Ela foi, em direção de vida nova... Foi atrás do circo!
Ah, que coisa linda os artístas eram... Ela se encantou por todos,
De uma só vez!... Ali, ela decidiu se estabelecer, para sempre,
Com seu amado Pierrot, artísta nato, que lhe conquistou
Apenas, com um olhar nos seus olhos e, por tabela, sua alma;
Coisa que o Harlequim, não poderia fazer, nem olhando em seu rosto,
Por uma pequena e imutável, eternidade...

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